Qual quem julga os galhos ali tortos, ali desgovernados, não ouve o vento dançar as folhas da velha árvore abandonada. No traço que eu me traço, pinto descobertas, estórias que de lá de casa trago, a valer meus amigos e mais nada. Qual quem julga os galhos ali tortos, ali desgovernados, não enxerga as raízes crescerem por dentre o chão calado, sustentando firme a velha árvore abandonada. No traço que eu me traço, pinto infância, lembranças que de lá de casa trago, a valer minha família e mais nada. Qual quem julga os galhos ali tortos, ali desgovernados, não sente o perfume dos frutos caídos ao pé da velha árvore abandonada. No traço que eu me traço, rabisco sonhos que não apago, mesmo com passos tortos e coração desgovernado.
8 Comments:
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Lendo este seu texto perturbador e emocionante, lembrei deste trecho que levo guardado, bem apertado dentro da Alma:
1a. LEITURA DO LIVRO DA SABEDORIA: Sab. 5, 1-5
"Os justos se erguerão com grande confiança, no último juízo, contra aqueles que os atribularem e lhes arrebataram o fruto de seus trabalhos. Vendo-os assim, os maus se perturbarão, (...) e ficarão assombrados com a súbita salvação dos justos. De si para si dirão, desesperados e angustiados: estes são aqueles que outrora zombávamos e a quem, igualmente, injuriávamos. Nós, insensatos, considerávamos a sua vida uma loucura e a sua morte uma ignomínia. E ei-los que são contados entre os filhos de Deus, e entre os santos está a sua morte."
Perfeito!!!
Encontrei-me nessas linhas...isso aí..sou eu!!! rsrs..
Estranho, porém retorcidamente denso, pertinente!!!
Bjs da Lu Oliveira!
:P
Beijos
Quem julga, a maioria das vezes, não percebe a intensidade dos sentimentos, a profundidade do próprio "ser", a totalidade da vida! Não percebe "as raízes crescerem por dentre o chão calado, sustentando firme a velha árvore abandonada", nem captam "o perfume dos frutos caídos"... Coitados!
Espero encontrar esse poema no livro, ok?
Parabéns pelo projeto! É maravilhoso!