E a combustão do caos, que fagulha intelectual, a atiçará?
E a fala cômica do palhaço mímico, em qual nave auricular ecoará?
E o aplauso dos aflitos, neste teatro de piedades, aconteceria de pé?
E o rato salteador de amores, onde roerá?
E a peçonhenta serpente da inveja, sem muda de pele e de bote silencioso,
onde inoculará?
E a vizinha em dança cínica, perfeita bailarina no coito, onde insinuará?
E o lobo de sorriso lascivo, o charme é sua armadilha e a solidão sua virtude,
qual a presa que virá?
E a mãe com sua crença crítica, edificando templo de fantoches, a que deuses oferendar?
E a palavra na crosta seca do céu da boca do sábio, quando brotará?
E o homem tradutor da vergonha, com sua pena e tinta já encheu mais mil pergaminhos,
e seu compêndio servirá?
E a lança da coragem em riste, em qual coração deve cravar?

E a cachaça que arma a tenda de todo este circo, nem precisa purificar!

5 Comments:

  1. Lari Germano said...
    Este blog é um luxo! Quando eu crescer, vou participar de um assim!
    Anônimo said...
    Concordo com a Lari, muito luxo o projeto Reticere. Parabéns! beijão.
    Luiza Mendes said...
    Esse texto 72 está MARAVILHOSO! Parabéns por esse projeto tão incrível!
    | Dany | said...
    Eu acompanho o blog já tem um tempinho. Já li alguns textos com os quais eu me identifiquei bastante, mas esse foi o que eu mais gostei!

    Parabéns!
    Rousiêne Gonçalves said...
    Imagens singelas mas que tocam com intensidade. Lindo!

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